8 formas de financiar o seu negócio em 2021

Se tem uma ideia para um negócio saiba quais são os principais apoios para financiar o seu projeto. Descubra oito opções que lhe ajudam a financiar o seu negócio. Seja através de um familiar, de um crowdfunding, de um bootstrapping ou de um apoio do IEFP, saiba que é possível ver nascer o seu negócio!

8 formas de financiar o seu negócio em 2021

É essencial que antes de iniciar a procura por financiamento para o seu projeto, tenha um estudo do mercado já realizado. Deve conhecer os seus potenciais clientes e a sua concorrência, preferencialmente deve ter um plano de negócios realista, mas inovador.

Quanto mais estruturada estiver a sua ideia e o seu projeto, maiores serão as hipóteses de encontrar alguém interessado em investir e financiar o seu negócio. A sua ideia deve ser irreverente e apresentar alguma solução para o que já existe atualmente. Lembre-se de que mesmo com um orçamento reduzido é possível criar um negócio.

Em primeiro lugar, vale a pena lembrar as bases que facilitam a realização de qualquer tipo de financiamento:

  1. O produto ou serviço

    Nesta categoria, insira: o grau de clareza que tem sobre o seu cliente, o problema que resolve e a solução que vai entregar; o modelo de renda que tem; o tamanho do mercado, ou seja, o número potencial de clientes que o seu negócio poderia cobrir; a estratégia de crescimento, ou como está a planear abordar esse mercado; e o conhecimento da concorrência.

  2. Equipa

    Por que é que você e os seus parceiros são a melhor combinação para impulsionar a sua empresa? Tenha em consideração que realizar um projeto sozinho não é a opção mais inteligente. É sempre bom ter co-fundadores que o complementam e partilham os valores de vida consigo.

  3. Validação: testes sociais ou tração

    Quais são as garantias de que a sua empresa tem um alto potencial de crescimento? Tração é a evidência para o mundo de que um produto ou serviço agrega valor (ou não) para aqueles que a usam. As maneiras de verificar a tração são: lucros, renda, utilizadores registados, utilizadores ativos, nível de fidelidade com a sua marca, alianças ou clientes e tráfego no seu website.

    Tendo estas bases, a procura de capital será muito mais fácil. Se não as tiver, recomenda-se que as crie. Os livros Lean Startup e Canvas model podem ajudá-lo.


Após ter delineado a estrutura base do seu negócio é a altura de pensar como vai financiar a sua ideia. O investimento é uma etapa inevitável no arranque de todos os negócios.

Sabia que mais de metade das empresas na lista Fortune 500 começaram durante crises económicas?

Sim, é verdade. Apesar deste ano, 2020, estar a ser bastante atípico, poderá muito bem ser a shift que faltava para a implementação da sua ideia-negócio.

Neste artigo, vou apresentar 8 formas de financiar o seu negócio em 2021, tornando-o num negócio de sucesso:


1. Bootstrapping

Bootstrap significa criar uma startup sem depender de nenhum financiamento externo. Todo o lucro é investido no crescimento do negócio.

Um exemplo de bootstrapping pode ser iniciar um negócio de aluguer de quartos através da Airbnb. Se tiver uma casa e ocupa apenas uma parte da sua capacidade, pode organizar um espaço que seja harmonioso e visualmente atrativo, tirar algumas fotos e começar a oferecer naquela plataforma.

Ao investir apenas o seu tempo e os seus recursos, pode começar a ganhar dinheiro. Logo, pode reinvestir uma parte da renda para melhorar o design de interiores, para desta forma aumentar o preço e aumentar a sua margem de lucro.

Vamos ver outro exemplo. Imagine que vai viajar para um lugar onde as roupas são muito baratas, pode comprar algumas peças com o seu dinheiro e quando voltar, aumenta um pouco o preço, inventa uma marca e começa a vendê-la nas suas redes sociais. Então, cresce pouco a pouco, usando os lucros para consolidar o seu negócio como uma loja virtual. Isto também é Bootstrapping.

A vantagem desta forma de financiamento é que não depende de terceiros, tem a liberdade para tomar decisões e a capacidade de mover-se rapidamente.

É possível avançar com uma empresa apenas com Bootstrapping? Talvez sim, talvez não, isso vai depender principalmente do tipo de tecnologias que usa e como pode rapidamente começar a vender.


2. Pré-venda

Se o seu negócio é vender um produto físico, a melhor forma de financiá-lo é fazer uma pré-venda, o que significa que o oferece antes de ter o produto no seu stock.

Retomando o exemplo da viagem: se vai aos Estados Unidos e sabe que pode trazer produtos com elevada procura e pouca oferta no seu país, pode fazer o upload de fotos do que quer oferecer, as pessoas pagam com antecedência, com o dinheiro compra a mercadoria e ao mesmo tempo gera utilidade.

Um modelo de negócio de e-commerce compatível com esse tipo de financiamento é o Dropshipping, uma forma de venda online, na qual a loja atua como intermediária entre a pessoa que faz ou tem o stock de produtos e o comprador.

Quem opera o sistema é responsável apenas por promover e vender, mas não gere o stock, nem a embalagem ou o envio.

Embora este formulário tenha a vantagem de poder validar se as pessoas estão realmente dispostas a comprar os seus produtos pelo menor custo possível, também acarreta riscos associados a fatores que podem ficar fora do seu controlo.

Por exemplo, defeitos de qualidade, os atrasos ​​na entrega dos seus fornecedores e o pior será se não houver stock disponível.

Para se proteger desses cenários, a recomendação é que teste o seu fornecedor ou fabricante antes de vender ou peça um protótipo para avaliar a qualidade. Depois de ter o produto, certifique a sua funcionalidade.

Pode fazê-lo através de organizações que se dedicam a isso, bem como através da própria experiência, utilizando-o.

A necessidade de fazê-lo de uma forma mais técnica vai depender do tipo de produto que vai vender.

Por exemplo, se quiser vender produtos alimentares em Portugal, deverá recorrer a uma entidade certificadora independente que demonstre de uma forma imparcial e credível a qualidade, a fiabilidade e as performances dos seus produtos.

Finalmente, uma dica para evitar as consequências desses eventos inesperados é calcular 20% a mais em qualquer orçamento e prazos de entrega.


3. Apoios Públicos

Outra via de financiamento é recorrer a subsídios e ajudas que a administração pública disponibiliza aos empreendedores. Normalmente, para aceder a estas ajudas, é necessário cumprir com certos requisitos.

Em Portugal, existem vários apoios a empreendedores e novos negócios:

  • IAPMEI
  • StartUp Portugal
  • Empreende Já
  • Investe Jovem
  • Empreender 2020
  • Instalação de Jovens Agricultores

No portal do Portugal 2020 poderá também encontrar informações sobre candidaturas aos fundos estruturais da União Europeia. Identifique a oportunidade mais adequada para a sua empresa e prepare a candidatura.

O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) promove um conjunto de apoios à criação do próprio emprego e à criação de empresas para quem esteja em situação de desemprego.

Ao abrigo da iniciativa Investe Jovem, o Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego dá acesso a condições especiais na obtenção de crédito bancário para desempregados inscritos no IEFP, com os seguintes apoios disponíveis:

Criação do Próprio Emprego

  • Destinado a beneficiários do subsídio de desemprego que pretendam criar e financiar um negócio (assegurando o próprio emprego, a tempo inteiro).

  • Tipo de apoio: pagamento do montante global do subsídio de desemprego de uma só vez; tem a vantagem de poder ser acumulado com as linhas de crédito especial MICROINVESTE (financiamento até 20 mil euros para investimentos até 20 mil euros) e INVEST+ (financiamento até 100 mil euros para investimentos entre 20 mil e 200 mil euros), beneficiando de taxas de juro vantajosas e de garantia (ao abrigo do mecanismo de garantia mútua), assim como apoio técnico ao projeto empresarialt

Criação de Empresas

  • Destinado a desempregados, jovens à procura do primeiro emprego ou trabalhadores independentes (cujo rendimento mensal seja inferior ao salário mínimo) inscritos no centro de emprego e que queiram financiar um negócio.

  • Tipo de apoio: Acesso às linhas de crédito especial MICROINVESTE e INVEST+, acesso a apoio técnico.

Ambos são financiados pelo IEFP, mas há diferenças. A criação do próprio emprego destina-se a quem está a receber subsídio de desemprego e consiste no pagamento integral ou parcial do montante global que têm a receber, além do acesso a linhas de financiamento.

Já a criação de empresas destina-se a alguns inscritos no Centro de Emprego (não têm de estar a receber subsídio) e permite apenas o acesso a linhas de financiamento, sem outros montantes envolvidos.


4. Family, Friends and Fools

Pode recorrer à sua rede de contactos mais próxima e a pessoas dispostas a investir no seu projeto.

Muito recentemente conheci o projecto deste jovem empreendedor de sucesso, Fred Canto e Castro.

Ele começou a sua jornada aos 20 anos quando decidiu sair da faculdade para começar o seu primeiro negócio no seu quarto, a Sonder - uma agência que já deu a oportunidade a pessoas autênticas de filmarem anúncios em mais de 30 países, para marcas como a Coca-Cola, Instagram e Nike.

Hoje é CEO do Seekers Club (https://seekersclub.com/), Chairman da Sonder People, e orador nas maiores empresas em Portugal. Com os 20 mil euros que a avó lhe emprestou, a Sonder faturou meio milhão.

Três meses depois, ainda em 2016 e mesmo contra a vontade da avó, estava a devolver-lhe os 20 mil euros com os juros correspondentes ao que tinha ficado acordado no início. A avó de Fred foi empresária e, como conta Fred, “teve confiança” nele.


5. Crowdfunding

O crowdfunding diz respeito ao recebimento de financiamento por parte do público por uma causa, um produto ou uma empresa.

Para o empresário oferece a vantagem de aumentar a popularidade da marca por dois motivos: a primeira é que quanto mais pessoas se envolveram na campanha, maior é o posicionamento; A segunda é que uma boa campanha pode atrair a imprensa.

Um caso famoso é o de Bluesmart, malas inteligentes, que levantaram fundos de $ 2.261.193 USD através da Indiegogo, uma das plataformas de crowdfunding mais famosas do mundo.

A chave para espalhar a mensagem e aparecer na imprensa foi o vídeo promocional.

Em Portugal, poderá recorrer à PPL, uma das mais relevantes plataformas de crowdfunding nacionais. Propõe-se promover avidamente o empreendedorismo em Portugal e alavancar o potencial dos portugueses através do relacionamento e entreajuda entre a comunidade.

Em portugal, um caso de sucesso por exemplo foi Mo.Ca: Mobiliário de cartão (https://vimeo.com/77363618). O projecto foi submetido para receberem 1100 euros em 40 dias, mas a resposta do público foi bem melhor e, em cinco dias já tinham 82% desse valor.

Terminaram com 131% do valor que tinham pedido, o que significa 1144 euros”. Foi uma excelente forma de dar a conhecer o seu negócio.

Para o investidor o crowdfunding também é uma possibilidade interessante, já que pode reduzir o risco, investindo pequenas quantias em várias empresas.

Existem 4 tipos de crowdfunding

  1. Crowdfunding de recompensas: onde os contribuintes dão dinheiro para a causa em troca de uma recompensa, por exemplo, a entrega do produto que está a ser financiado. Em geral, pequenas quantias são investidas, entre $1 e $1000. Exemplos deste tipo de plataformas:
    • Kickstarter: especial para artistas, músicos, produtores, designers. O seu acordo é tudo ou nada, por isso tem que atingir a meta de 100% de financiamento. Se não, tem que devolver o dinheiro aos investidores. A criação do projeto é gratuita, mas se atingir a meta de financiamento de Kickstarter é cobrada uma comissão de 5%.
    • Indiegogo: Além de permitir campanhas de financiamento coletivas, a plataforma é um mercado de produtos inovadores. A vantagem é que não há objetivos de financiamento ou datas de encerramento da campanha. Além disso, pode oferecer capital - alienação de ações da sua empresa - e fazer transações de criptomoeda. IndieGoGo cobra uma comissão de 5% para todos os projetos.
  2. Crowdfunding de doações: Provedores de fundos - aqueles que contribuem com o dinheiro - entregam fundos sem a necessidade de obter uma recompensa por isso. É o melhor formato para causas sem fins lucrativos. Exemplos:
    • Gofundme: Não há nenhuma penalidade se não atingir o objetivo, não há prazos obrigatórios e há especialistas que o aconselham dia e noite, em qualquer dia da semana. Em alguns países, cobram 5% de comissão sobre o valor arrecadado e em todos eles uma comissão para o processamento de pagamento que é inferior a 3%.
    • Crowdrise: A plataforma foi entretanto adquirida pela Gofundme. Permite criar campanhas mais rápidas e monitorizar com melhor análise, gerir as redes sociais e ferramentas para planear eventos de angariação de fundos.
  3. Crowdfunding de capital: com este tipo de coleção, os investidores contribuem desde $100 até milhares de dólares em troca de um -capital-, a participação na empresa. É ideal para empresas de tecnologia, porque se pode escalar o negócio, pode gerar retornos interessantes para os fornecedores de fundos. Exemplos de crowdfunding de capital:
    • Founderlist: plataforma de investimentos em startups latino-americanas de alto impacto. Trabalham com empresas que estão entre a fase de validação e crescimento que procuram entre $30 mil e $200 mil. O modelo de investimento é o de Syndicate, grupos de pessoas que investem numa startup do interesse de todos, sob a liderança de um investidor especialista.
    • Startupxplore: Funciona com o mesmo modelo de Syndicates, mas está focado nas startups europeias. A sua base é em Espanha.
  4. Crowdlending: neste modelo os contribuintes são chamados Lenders. Estes fazem empréstimos para a empresa em troca de juros. Exemplos:
    • LendingClub Têm soluções para empréstimos pessoais, empréstimos para empresas de $5 mil a $300 mil e maneiras de financiar um tratamento de saúde. No caso das empresas, pode pagar em termos de 1 a 5 anos em taxas fixas mensais.
    • Cumplo Nesta plataforma, adere quem quer investir as suas economias em PMEs que precisam de financiamento para crescer, a um ritmo justo. Eles têm vários produtos, entre os quais se destaca o crédito da fatura, que consiste num crédito de curto prazo, no qual a empresa concede, no domínio de Cumplo, as faturas a serem cobradas e entre os investidores que as financiam. Oferecem também empréstimos diretos, mas apenas para empresas com histórico positivo de pagamentos na plataforma.

6. OIC’s: Ofertas iniciais de moeda

Para entender este modelo é útil fazer uma analogia com a venda de tokens numa feira. Para comprar os produtos, deve adquirir os bilhetes emitidos pela organização do evento. É a única unidade de valor que será aceite nas bancas.

No caso de empresas, eles criam moedas virtuais, chamadas tokens, que serão usados por clientes para comprar produtos ou serviços da empresa. Então, a empresa é financiada desde o início, graças à venda destes.

Quando as pessoas compram os tokens através da oferta inicial da empresa, fazem isso com a expectativa de que irá aumentar o seu valor no futuro baseado na procura para o produto ou no serviço no mercado.

Desta forma, cresce a popularidade do que a empresa oferece, assim como o valor dos tokens. O melhor exemplo disso é o caso de Ethereum, que, depois da sua oferta inicial, conseguiu angariar 18 milhões de dólares.

Veja aqui as OICs mais relevantes até hoje

Como criar uma moeda digital para financiar o seu negócio

As plataformas mais conhecidas para escrever contratos inteligentes sobre a tecnologia blockchain são:

  • Counterparty: uma plataforma de código aberto que permite aos utilizadores criar e comercializar qualquer tipo de token. A Counterparty permite que qualquer um escreva Contratos Inteligentes e os execute na Blockchain do Bitcoin.

  • Ethereum: Em 2015, um dos principais designers da Ethereum escreveu uma publicação no blog sobre como criar a sua própria criptomoeda por meio dessa plataforma. Neste artigo, vamos dizer-lhe como fazê-lo passo a passo.


7. Competições para Start-Ups

As competições para startups são uma forma prática de angariar capital para desenvolver o seu negócio.

A cada Web Summit, centenas de startups participam na competição de pitch, perante um júri internacional. Na última edição do evento – considerado o maior encontro internacional de tecnologia, empreendedorismo e inovação na Europa –, o prémio foi de 100 mil euros de investimento por parte da sociedade de capital de risco Portugal Ventures.

Em Portugal, por exemplo, o Prémio do Jovem Empreendedor apoia empresas em fase de criação ou expansão de negócios. A empresa vencedora recebe um prémio de aceleração, dividido entre uma verba monetária de 50 mil euros, um financial award de 50 mil euros e apoios complementares ao nível da formação e mentoring.

Esta iniciativa, organizada pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários e pelo IEFP, tem o apoio da Caixa Capital que financia os projetos mais promissores. Isto à semelhança do que acontece noutros programas de aceleração, que podem habilitar as suas startups ao Caixa Empreender Award.


8. Business Angels

Business angels são investidores, muitas vezes individuais e a título privado, que investem em empresas em fases muito iniciais. Normalmente são pessoas com grande olho para o negócio e que conseguem perceber o que vai ou não resultar em determinados mercados, conseguindo participações simpáticas nos projetos por valores residuais, caso a ideia se concretize num grande sucesso.

São bons aliados, logo no início, para quem precisa de algum capital para alavancar um negócio, sem querer ficar preso com dívidas a bancos, caso, no final, o projeto não tenha o sucesso esperado.

Como saber qual é o melhor caminho? Seja curioso e estude os prós e contras de cada um. Basta lembrar-se que o mais importante não é o modo de financiar uma empresa, mas as raízes para que haja uma equipa integral, um problema relevante aos olhos de um nicho claro, um produto ou serviço funcional, uma execução inteligente e uma visão para o futuro.

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